Coluna do GRANDE FILOSOFO


Desrespeito a filosofia pelas escolas de Campina Grande.

     
    A disciplina de filosofia anda sendo desprezada pela educação de Campina Grande. Após um longo período de escuridão nas salas de aula do ensino médio e fundamental, os caminhos pareciam muda no momento em que a lei instituída no país no ano de 2008 colocava a matéria como obrigatória na grade curricular proposta pelo MEC das séries que vão da sexta ao terceiro ano do ensino médio.
          No meio acadêmico, ouve um sopro de esperança, já que por um período os estudantes do curso de filosofia viam seu futuro incerto no mercado de trabalho, restrito apenas a salas de aula de algumas universidades do país, prolongando assim o tempo em que o graduado e o graduando de filosofia pudessem receber algo em troca pelo seu investimento intelectual em uma das mais belas áreas do saber. Dificultando assim o desenvolvimento do universitário, já que para uma maior propulsão de seu saber é necessário itens do cotidiano, como a compra de livros e investimentos pessoais, para quem sabe, um mestrado ou uma pós-graduação, e até mesmo o período em que é necessário para se concluir o seu curso, já que é de extrema importância que o aluno possa se manter, entre transporte, Xerox e despesas ligadas diretamente a sua tentativa de caminhar sempre em busca de encontrar o próximo passo em sua jornada pessoal.
       Com a nova lei estudantes em conclusão do curso e os recém formados imaginavam encontrar o mercado aberto, já que o curso de filosofia em campina grande surgiu quatro anos antes da lei ser assinada, dessa forma imaginamos que as escolas estariam em busca de professores para completar sua grade de funcionários já que existia uma nova disciplina pouco explorada em todo o estado da Paraíba.
       Depois a assinatura da lei, não é necessário grande pensamento lógico, para que os alunos que estavam terminado o curso imaginassem que havia uma luz no que antes era tão incerto e turvo. Mas o que anda acontecendo não é o que se esperava nem pela lei, nem pelos maiores interessados que seriam os estudantes de filosofia. Pois, além do reconhecimento pela sua profissão, o filósofo sente o pulsar da necessidade da transmissão do saber, pois é este seu maior amor. Como a epistemologia da palavra nos esclarece, filosofia do grego literalmente significa amigo do saber, amante do saber. Colocar em prática e divulgar seu amor é uma necessidade visceral deste amante do conhecimento.
        E o que se discutia na sala onde a lei foi assinada pelo então presidente em exercício José de Alencar, era que com esta nova lei mais de 10 milhões de estudantes em 25 mil escolas iriam se beneficiar com a volta da Filosofia após de ter sido calada á 37 anos atrás pela ditadura militar que estava instalada no país e dessa maneira iriam ser gerados mais de 100 mil empregos em toda federação. Só que nem a lei, nem o amante do saber andam sendo respeitados pelo menos na realidade que conheço que é a da cidade de Campina Grande.
    O que encontramos, vemos e vivenciamos por aqui, é que a filosofia anda sendo desrespeitada e muito mal tratada por professores de outras áreas, que apenas a enxerga como um complemento de sua carga de aula para fechar o seu salário. Sendo na maioria das vezes estas aulas sendo ministradas por professores de História, Artes, Geografia ou qualquer outro que necessite de um caco de aula para completar o seu salário.
       Mas qual é a razão para que professores de outras áreas achem se capaz de aplicar uma aula de filosofia? Não encontramos esta inversão de papeis quando se trata de química ou física, duas matérias que sempre sofre por falta de professores, mas não vemos profissionais de outra área tapando esse buraco nas escolas por aí. Nem vemos professores de Filosofia caminhando por áreas que não é a sua. O que vemos é um descaso pela mãe de todo saber.
      Talvez pelo fato de que os textos que encontrei nos livros que observei são de fácil acesso visando a melhor compreensão do estudante de séries que tem em média entre 12 a 14 anos, só que a busca e a compreensão de profissionais de outras áreas giram em torno do que lhe foi direcionado de acordo com sua área. Convidaria por exemplo estes senhores a uma discussão de lógica e sua tabela da verdade, por exemplo, ou uma discussão sobre o ser e o nada na metafísica aristotélica ou quem sabe sobre o Mundo e suas representações “Schopenhauerianas”, pois mesmo que não seja este o nível de questionamento de séries fundamentais, mas algumas dúvidas simples podem ter respostas ecoadas de alguma destas discussões a tempo sempre travadas pela filosofia e estudada e pesquisada por nós estudantes e professores da área.
     Dessa maneira que a filosofia é mal tratada sua grande utilidade na construção de pessoas e por seguinte na sociedade se perde, a ética, a sociedade, o amor, a amizade, o respeito, a democracia ou tantos outros temas devem ser tratados e pensados com seriedade, Para isso estaria aí talvez uma das grandes utilidades da filosofia em sala de aula, ainda muito perdida e desrespeitada pela educação institucional.
        O que acaba gerando um silêncio inerte no saber, promovendo uma farsa dentro daquela que mais busca a verdade, com homens até que morreram pela sua filosofia. É extremamente importante que o respeito, tema tão abordado na filosofia, seja levado a sério, da mesma maneira em que um especialista em ossos não faz uma cirurgia cerebral, as aulas de filosofia tem que ser dada por quem é estudioso da tal. É necessário que haja um olhar de partes superiores aos estudantes. Além da classe acadêmica, órgãos que cuida da educação na cidade e em principal a coordenação do curso de filosofia serem os primeiros a impor este respeito. Pois acredito que os que não respeitam a filosofia nunca observaram na República escrita por Platão no século I.V antes de Cristo a bela frase que diz "enquanto os filósofos deste mundo não tiverem o espírito e o poder da filosofia, a sabedoria e a liderança não se encontrarão no mesmo homem, e as cidades sofrerão os males".
     Pedimos as escolas o respeito e o direito de exercermos o nosso amor pelo conhecimento e assim quem sabe promover uma grande e verdadeira maiêutica do conhecimento existente em cada indivíduo.      

*TEXTO DO FILOSOFO MAX KEHRLE

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