Entrevista: Tenebra fala sobre sua candidatura a vereador de Campina


Conhecido por ser produtor e ativista cultural, Emerson Tenebra lança sua candidatura a vereador na busca pela democratização da cultura em Campina Grande





As eleições acontecem no próximo domingo, dia 2 de outubro. Um dos produtores e ativistas culturais mais conhecidos de Campina Grande, Emerson Tenebra, lançou sua candidatura trazendo uma visão sobre a importância da valorização e democratização da cultura na cidade.

Ele que é pernambucano e há mais de 10 anos mora em Campina, sempre esteve a frente de eventos que fomentam a diversidade e levam entretenimento ao público. Com um jeito irreverente de ser ele sempre lutou pra trazer melhorias e mais espaço para os artistas locais e regionais.
Confira a seguir entrevista feita com o candidato:

Como surgiu a oportunidade de sua candidatura?
“Na verdade há anos já vinha pensando nisso, por compreender que as demandas culturais e as lutas no combate aos preconceitos em geral e a intolerância religiosa sempre ficam em 19º plano na câmara e nada é feito. Foi assim na gestão de Veneziano, vem sendo assim com Romero Rodrigues, não dá para entender uma pessoa disputando o 8º mandato, sendo eleito e sem o menor compromisso com absolutamente nada, então por isso me lancei candidato”.
Quais são os seus objetivos no lançamento de sua candidatura para vereador?
“Sou produtor cultural desde os 20 anos de idade, hoje com quase 44 anos compreendo que são necessárias novas ideias para fazer com que a produção cultural saia de casa e ganhe o mundo, precisamos criar mecanismos que apoiem a cultura, precisamos criar novas formas de inserir o artista no cotidiano da cidade, e isso é possível em parceria com a iniciativa privada. Outro grande problema é a questão dos preconceitos homofóbicos, transfóbicos, xenofóbicos, raciais e as intolerâncias religiosas no município, precisamos criar leis mais duras que inibam tais atitudes e começar uma campanha de conscientização da sociedade campinense.”

                        São João Multicultural organizado por Tenebra.
                                          Foto: Internet



Show de Baixinho do Pandeiro.                               
Foto: Internet                                            




Como você já contribuiu pra democratização da cultura na cidade?

“Eu sempre compreendi a dificuldade de se produzir eventos, de conseguir grana para trocar de instrumento, de conseguir verbas para fazer uma vernissagem, espaço para ensaiar, enfim, inúmeras situações, e desde que vim definitivamente para Campina Grande, venho fazendo o que posso para apoiar todos os eventos que chegam e me pedem apoio, de uma forma ou de outra a gente se ajuda e isso é muito meu, por compreender a dificuldade de se conseguir apoio, é um som para um evento, a luz para outro, um coquetel para outro, e assim vamos seguindo, de coquetel de lançamento de curta metragem a doação de guitarra para banda que teve tudo roubado a gente já fez, e isso nos dá muito prazer, por saber que se cada um fizer o mínimo a gente consegue o máximo.”

Quais foram os principais fatos/eventos que você foi incentivador?

“Vídeo documentário de Manoal Monteiro, CD demo da Zeppelin e o Sopro do Cão, Criação do Palco Multicultural do Tenebra que abria espaço para as bandas daqui e de fora tocarem dentro do Maior São João do Mundo, Novembro Pra Musica, evento gratuito no Parque do Povo, Comunicurtas, Festival de Inverno de CG, o recente Ermitão das Flores (ainda será lançado), entre outros.”

Se for eleito vereador, quais os benefícios você pretende trazer para a cidade de Campina Grande?
“Campina Grande perdeu ao longo desses anos alguns pontos na questão de atrair o turismo, tivemos a Nova Consciência sucateada, bem como o Festival de Inverno sem verbas públicas, eventos que atraiam o turismo para a cidade, vou lutar e muito para a restruturação desses eventos e junto com a prefeitura criar novos eventos culturais para atrair turistas, vamos buscar junto a iniciativa privada criar festivais que vai da gastronomia ao anime, passando por música, dança, teatro, e outros vários seguimentos culturais, é possível sim fazer diferente, bata ter vontade politica e uma boa assessoria, não é colocar apadrinhados e sim pessoas técnicas que entendam do assunto.”

Tenebra e Elke Maravilha. Foto: Internet


Na sua opinião, quais os principais percalços que a cultura local enfrenta? E o que pode ser feito para mudar isso?

“A falta de incentivos, a falta de engajamento politico, a falta de politicas que tragam a iniciativa privada para junto da cultura. O que se pode fazer criar leis de incentivo municipal de cultura com renúncia fiscal, atraído o comércio e a indústria, mostrando os benefícios de se apoiar a cultura e o que ela pode trazer de ganho para o empresário.”

Qual sua posição quanto à crise politica e econômica do nosso país?
“Primeiramente Fora Temer! O país vem passando por um retrocesso, não existe mais respeito pelo contraditório, precisamos combater diretamente esses retrocessos e buscar as melhorias para o povo, não podemos nos calar sobre as perdas trabalhistas, não podemos desqualificar nossa cultura por pensar diferente, não podemos aceitar calados o fascismo. Vamos à luta.”


 Da Redação

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