TRÊS DÉCADAS DE RESISTÊNCIA

 

Via Jornal A Tarde/BA

_Com a programação vitaminada por bons nomes locais e nacionais do rock pesado, o ‘Palco do Rock’ celebra 30 anos_


Do alto de três décadas de muito rock, o Palco do Rock, considerado o maior festival de bandas independentes de rock do Norte e Nordeste do País, celebra sua história com uma grandiosa nova edição do sábado (10) até a terça-feira (13) em sua estrutura montada na área do Coqueiral de Piatã.


O evento reúne mais de 40 bandas que tocarão nos quatro dias do evento, que tem entrada gratuita, com palco, som e iluminação de grande porte, com dez shows diários, iniciando às 17h30 e seguindo até às 04h da manhã.


A celebração do evento vem com muito entusiasmo para os organizadores do evento. O marco de 30 anos na cena do rock e do metal chega como um símbolo de luta pela música democrática na região, com essa edição especial também trazendo uma mensagem forte sobre a resistência do gênero, que se estende também aos músicos presentes.


“Comemorar 30 anos é festejar com a nossa cidade, com o meu Nordeste. Celebraremos o underground baiano, nordestino e brasileiro”, afirma Sandra de Cássia, produtora executiva do PdR.


“O projeto faz parte de um sonho, de uma mulher preta, oriunda de comunidade em Salvador, primeira vocalista de hardcore baiano, que sonhou com um espaço democrático dentro da maior festa do mundo. E sobre sonhos aprendemos com o maravilhoso Raul Seixas que não se sonha só. Nossa maior conquista é coletiva”, acrescenta.


Bruno Carvalho, guitarrista da banda local Meus Amigos Estão Velhos, reconhece a importância que o evento angariou ao longo das décadas: “É uma honra tocar na edição de 30 anos do Palco do Rock, um festival que construiu sua história na raça, muitas vezes marginalizados dentro do carnaval de Salvador, sem muito incentivo do poder público, mas ainda assim sem abrir mão da sua existência”, diz.


*Reunindo o melhor do rock*


Como é característico, o Palco do Rock chega neste ano com uma composição bastante ampla de bandas, com muitos nomes já conhecidos da cena, alguns novos e novos projetos de veteranos. Dentre os projetos nascentes da cena estão grupos como Cidade de Ateus, que chega para o festival com repertório que apesar de breve, já conquistou diversos fãs na capital com seus membros veteranos da cena.


“Apesar de nós quatro sermos rodados no rock baiano, a Cidade de Ateus é uma banda ainda bem jovem mas comum trabalho consistente e cheio de gás”, afirma Tony Lopes, baterista do grupo.


“A oportunidade de tocar na edição de 30 anos do PdR é a realização de um sonho para a Cidade de Ateus que, apesar de ter apenas dois anos de existência conta com músicos experientes e um repertório de pop rock e classic rock com canções que agradam várias tribos. O rock baiano se sente representado neste evento e esperamos por mais oportunidades como essa ao longo do ano”, complementa Fernando Udo, vocalista da banda.


Outro destaque para os fãs de rock baiano está na apresentação da *LUGUBRA*, nova banda que conta com os integrantes da antiga banda Drearylands, Leonardo Leão e Rafael Syade. Formada em 2023, seus integrantes chegam no festival com muita energia para comemorar não só o aniversario do evento, mas também os anos de carreira, prometendo a mescla de estilos que agrada fãs veteranos dos músicos, mas trazendo um toque de novidade.


“Eu completo 30 anos de carreira também em 2024 e, desde os anos 1990, cantei no Palco do Rock. Ano passado, quando montamos a *Lugubra*, já tínhamos decidido que queríamos tocar na edição dos 30 anos, e foi muito gratificante termos sido convidados pela produção do festival para celebrar essas três décadas de parceria. Para o show, a gente preparou um repertório baseado no nosso primeiro álbum, _Flores e Pedras_, que acabou de ser lançado nas plataformas, e mais algumas coisas do passado”, comenta Leo Leão.


“Sonoramente, como eu e meu parceiro de composição, o guitarrista Rafael Syade, fizemos parte da Drearylands, é lógico que tem algumas coisas semelhantes, mas a Lugubra expandiu mais os horizontes”, explica.


“Continuamos uma banda de heavy metal, mas misturando mais os sons clássicos do estilo com sons mais modernos e bem mais agressivos e melancólicos ao mesmo tempo. O maior diferencial é que as minhas letras na Lugubra são todas em português, algo que arriscamos em umas três ou quatro músicas da banda anterior, mas agora é nosso carro-chefe”, afirma.


Essa mescla de diferentes grupos, com variadas histórias e faixas etárias, traz uma diversidade sonora que enche os participantes de expectativa, produzindo um evento que não só mostra o que a Bahia produz de rock.


“As expectativas são as melhores possíveis. Eu não canto no Palco do Rock desde 2020 e poder voltar ao festival com uma banda nova, que reúne músicos de gerações diferentes, e ainda por cima podendo mostrar o nosso álbum para o maior público que Salvador consegue reunir e em um evento gratuito. Tem tudo para ser sensacional”, finaliza Leão.

Via Jornal A Tarde.

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